quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A lição da infância

Eram duas crianças a brincar na praia, na manhã plena de sol. Tinham em torno de três anos e os olhos atentos das mães as vigiavam.
As meninas iam e vinham da beira do mar carregando água em seus baldinhos, construindo formas na areia.
Em certo momento, uma bola entrou na brincadeira. Ambas a queriam e cada qual segurou com mais força, tentando tirá-la da outra.
Finalmente, Stéphanie bateu forte no rosto de Nadine e tomou a bola para si.
De imediato, as mães se aproximaram. Uma, repreendendo a filha pelo mau comportamento e insistindo que ela pedisse desculpas.
A outra consolando com carícias a agredida, que fazia carinha de choro.
Mas não passou muito tempo e lá estavam as duas novamente na areia. Nadine, a menina que sofrera a agressão, foi a primeira a recomeçar a brincadeira. Com sua naturalidade infantil, se aproximou da outra, abaixou a cabecinha, olhou-a no rosto e perguntou:
Você ainda está muito brava comigo?
Antes que a resposta saísse dos lábios de Stéphanie, lançou outra pergunta:
Quer brincar comigo?
E brincaram até a noite estender seu manto de estrelas e luar sobre a Terra.
*   *   *
Bom seria se fôssemos como essas crianças, capazes de perdoar, esquecer e prosseguir juntos.
Quantas vezes criamos problemas graves, de larga duração, somente pelo fato de não cedermos um milímetro do próprio orgulho.
Quantos casais têm conturbado o seu relacionamento porque um não deseja perdoar o outro pela palavra agressiva, pelo gesto infeliz de grosseria.
Muita vez, o cônjuge agressor tenta se redimir. Por sentir dificuldades de se achegar e pedir desculpas, envia flores com um bilhete, um cartão.
Mas, em vez de receber o que esperava, tem devolvidos o ramalhete e o recado.
Persistindo a má vontade de um, a indelicadeza do outro, desfaz-se um compromisso afetivo, gerando sérias consequências.
Amizades de longos anos esmorecem por coisa nenhuma. E bastaria tão pouco.
Bastaria que voltássemos à capacidade da nossa infância, quando esquecíamos à tarde a desfeita que nos fora dirigida pela manhã.
*   *   *
Você sabia que perdoar consiste em dar oportunidade a quem ofendeu de se redimir?
Que o exercício do perdão exige uma boa dose de humildade e de altruísmo?
Todos precisamos que nos perdoem pelas faltas de todos os dias, pelo nervosismo das respostas, pelas críticas irônicas, pelo descaso e a indiferença.
Por essa razão foi que Jesus recomendou o perdão incondicional das ofensas pois também precisamos do perdão do nosso próximo.

Redação do Momento Espírita, a partir de fato.
Em 16.11.2011.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Entregar-se ao Pai

Não há quem na vida não passe por dias de desafios mais severos.
Mesmo as vidas mais tranquilas, mesmo aqueles para os quais o cotidiano parece estável e previsível, enfrentam momentos de provas e de aprendizado.
Quantos não são os que, em apenas uma noite de chuva, veem seu mundo ser levado pela força das águas, perdendo bens materiais, apartando-se de almas queridas?
Outros, nos quais a saúde habitava o corpo plenamente, veem-se minados por males afligentes, por vezes de causas desconhecidas ou de recursos ignorados.
Há tantos mais que veem desaparecer de seus olhos os amados, amparos de seu caminhar, abraçados pela morte, apartados da convivência e do carinho sustentador.
É natural que assim seja. Todos estamos sujeitos às intempéries da vida, às tempestades que destroem, mas que ensejam o construir e o melhorar.
Assim, se esses dias difíceis nos visitam, atormentando-nos, perturbando-nos o equilíbrio emocional, entreguemo-nos a Deus.
Jesus, ao nos ensinar a respeito da Providência Divina, afirmou que nem uma folha de uma árvore cai sem a vontade do Pai.
Se os vegetais estão sob a tutela de Suas Leis, que se dirá de nós, Seus filhos amados!
Incentivando-nos à fé, explicou-nos Jesus que mesmo um homem mau, se o filho lhe pedir pão, não irá lhe oferecer uma pedra. E ainda, se seu filho lhe pedir um peixe, não lhe dará uma serpente.
Dessa forma, que não se poderá esperar de Deus, Pai amantíssimo!
Jesus conhecia em profundidade as aflições do mundo, seus desafios e dores. E por isso, Se propôs a nos auxiliar na caminhada.
Vinde a mim, todos os cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei, convidou-nos o doce Rabi.
Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou brando e humilde de coração, e encontrareis descanso para vossas almas.
*   *   *
Nestes dias de aflição intensa, permitamo-nos alimentar o coração na fé, e entreguemo-nos a Deus. Permitamos que Ele guie nossos passos, e tome o leme de nossa embarcação.
Deixemos que, através da prece, Ele nos fale à alma, pelos ouvidos do coração.
Entregarmo-nos a Deus jamais será a atitude da apatia, do desânimo ou da indiferença perante os problemas, as dores ou desafios.
A cada dificuldade, busquemos a solução. A cada problema, o melhor caminho. A cada angústia, a saída mais adequada.
Porém, se nos cabe tomar atitudes e assumir  responsabilidades perante aquilo que a vida nos oferece, será o entregarmo-nos a Deus que nos conduzirá pelas estradas mais corretas e de melhor destino.
Confiando no Seu amparo paternal, alimentando-nos da fé dinâmica, logo mais veremos que os dias de sombra já se passaram, e nova aurora romperá nos horizontes de nossas vidas.
Assim, perante os dias de noite escura, alimentemos a candeia da fé, entregando-nos ao Pai, e Ele velará pelos nossos passos.

Redação do Momento Espírita.
Em 12.11.2011