sexta-feira, 26 de junho de 2015

Mansão do Caminho

Fundado por Divaldo Franco e Nilson de Souza Pereira, o Centro Espírita Caminho da Redenção foi inaugurado no dia 7 de setembro de 1947, na Rua Barão de Cotegipe, 224, bairro da Calçada, Salvador.

Em 1956, o CECR trans-feriu-se para o grande terreno adquirido no bairro do Pau da Lima, para onde levou os 58 órfãos que mantinha no antigo casarão da Calçada.

Acompanhados e dirigidos por Divaldo, Nilson e uma tia, começam eles mesmos a preparar o terreno, abrindo ruas, plantando hortas. As condições eram precárias, o conforto, mínimo. O dinheiro era escasso e, às vezes, mal dava para a alimentação.

Aos poucos, com muito trabalho, as edificações foram sendo erguidas, nas quais residiam, em média, 110 crianças, de ambos os sexos. Concomitantemente, foram criadas escolas de primeiro grau, ambulatório médico e atendimento a famílias necessitadas.

Hoje, a Mansão do Caminho transformou-se nesse imenso complexo doutrinário, educacional e assistencial que descrevemos abreviadamente neste livreco. O Centro Espírita Caminho da Redenção continua sendo o cerne dessa árvore grandiosa e sua representação jurídica. Para simplificar o entendimento, Mansão do Caminho seria o nome de fantasia do Centro Espírita Caminho da Redenção, representando não só o Centro, propriamente dito, mas toda sua obra.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Allan Kardec

Muitas pessoas que se interessam pelo Espiritismo manifestam muitas vezes o pesar de não possuírem senão muito imperfeito conhecimento da biografia de Allan Kardec, e de não saberem onde encontrar, sobre aquele a quem chamamos Mestre, as informações que desejariam conhecer. Pois é para honrar Allan Kardec e festejar a sua memória que nos achamos hoje reunidos, e mesmo sentimento de veneração e de reconhecimento faz vibrar todos os corações.
Em respeito ao fundador da filosofia espírita, permiti-me, no intuito de tentar corresponder a tão legítimo desejo, que vos entretenha alguns momentos com esse Mestre amado, cujos trabalhos são universalmente conhecidos e apreciados, e cuja vida íntima e laboriosa existência são apenas conjeturadas. Se fácil foi a todos os investigadores conscienciosos inteirarem-se do alto valor e do grande alcance da obra de Allan Kardec pela leitura atenta das suas produções, bem poucos puderam, pela ausência até hoje de elementos para isso, penetrar na vida do homem íntimo e seguí-lo passo a passo no desempenho da sua tarefa, tão grande, tão gloriosa e tão bem preenchida.
Não somente a biografia de Allan Kardec é pouco conhecida, senão que ainda está por ser escrita. A inveja e o ciúme semearam sobre ela os mais evidentes erros, as mais grosseiras e as mais impudentes calúnias. Vou, portanto, esforçar-me por mostrar-vos, com luz mais verdadeira, o grande iniciador de quem nos desvanecemos de ser discípulos. Todos sabeis que a nossa cidade se pode honrar, a justo título, de ter visto nascer entre seus muros esse pensador tão arrojado quão metódico, esse filósofo sábio, clarividente e profundo, esse trabalhador obstinado cujo labor sacudiu o edifício religioso do Velho Mundo e preparou os novos fundamentos que deveriam servir de base à evolução e à renovação da nossa sociedade caduca, impelindo-a para um ideal mais são, mais elevado, para um adiantamento intelectual e moral seguros.
Foi, com efeito, em Lião, que, a 3 de outubro de 1804, nasceu de antiga família lionesa, com o nome de Rivail, aquele que devia mais tarde ilustrar o nome de Allan Kardec e conquistar para ele tantos títulos à nossa profunda simpatia, ao nosso filial reconhecimento. Eis aqui a esse respeito um documento positivo e oficial: “Aos 12 do vindemiário3 do ano XIII, auto do nascimento de Denizard Hippolyte-Léon Rivail, nascido ontem às 7 horas da noite, filho de Jean Baptiste – Antoine Rivail, magistrado, juiz, e Jeanne Duhamel, sua esposa, residentes em Lião, rua Sala n° 76. “O sexo da criança foi reconhecido como masculino. “Testemunhas maiores: “Syriaque-Frédéric Dittmar, diretor do estabelecimento das águas minerais da rua Sala, e Jean-François Targe, mesma rua Sala, à requisição do médico Pierre Radamel, rua Saint-Dominique n° 78. 3 Veja-se “Reformador” de abril de 1947, pág, 85.