segunda-feira, 1 de agosto de 2011

DIRETRIZ ESPÍRITA

       “Com a perseverança é que chegarás a colher os frutos de teus trabalhos. O prazer que experimentarás, vendo a Doutrina propa­gar-se e bem compreendida, será uma recom­pensa, cujo valor integral conhecerás talvez mais no futuro do que no presente. Não te inquietes, pois, com os espíritos e as pedras que os incrédulos ou os maus acumularão no teu caminho. Conserva a confiança: com ela chegarás ao fim e merecerás ser sempre ajudado”.
       O LIVRO DOS ESPÍRITOS — Prolegômenos.
       Muitas são as direções que podes tomar, impri­mindo novo curso à vida.
       Estradas se multiplicam atraentes, dificultando-te a opção.
       Aparentemente conduzem aos redutos onde a fe­licidade se acolhe festiva.
       Vês passarem as multidões dos que seguem os diferentes rumos.
       Há em verdade rotas e rotas. Umas conduzem à morte, raras conduzem à vida.
       Estás na diretriz espírita e pareces seguir a medo, imaginando...
       Nem festas, nem fantasias encontras.
       A realidade se desvela, apresentando-se legítima.
       Vês a dor arrancando a máscara de ilusão das faces envilecidas pelo cansaço, pelo despudor.
Por onde segues enxergas aflições que passam ignoradas por outros, sombreando mais ainda semblan­tes já sombrios.
Identificas enfermidades minando organizações físicas e mentais que se gastam na perversão dos costu­mes entre esgares e angústias.
Pode parecer-te que no roteiro escolhido somente estão os trôpegos e estropiados, os enfermos e mendi­gos sob lancinante opressão.
As outras vias se te afiguram formosas e os que por ali avançam demonstram louçania.
Não te enganes, porem.
A ferida purulenta que todos enxergam é irmã menor do câncer ignorado a adentrar-se pelo organis­mo, em metástase irreversível.
A miséria vestida de andrajos é companheira dos malogros morais escondidos em linho e adamascados custosos.
O festival do prazer termina, invariavelmente, em prólogo de desgraça.
A direção por onde seguem os fáceis conduz àpraça sem nome do remorso tardio.
Numa das suas últimas publicações Darwin regis­trou que certa vez, embora enfermo e gasto, conseguiu contar ao microscópio mais de vinte mil sementes de determinada planta.
Fresnel, sem dar trégua ao cansaço nem ao abati­mento, identificou as “ondas luminosas como sendo vibrações transversais do éter”.
Boas depois de ingentes esforços conseguiu provar que a “raça branca” é de todas a mais mesclada e em nada é superior às demais, ensejando bases para melhor confraternização entre os homens.
Todos os construtores do pensamento e das idéias que possibilitaram novas conquistas através dos tempos vergaram, infatigáveis, ao peso de mil aflições silencio­sas, vivendo sob rudes ansiedades, seguindo, no entan­to, a direção da verdade que se empenhavam descobrir.
Não estacionaram ante os fracassos aparentes.
Não desanimaram ao defrontar aspérrimas lutas.
Muitos venderam tudo quanto possuíam para não parar; outros perderam tudo para não desistir; diversos ofereceram até a saúde para não interromper os labo­res; e um número sem conta doou a própria vida, víti­mas que foram dos próprios inventos mas, principal­mente da ignorância em várias manifestações, para não abandonarem a honra de investigar os melhores meios de resolver os problemas do homem e do Universo para a felicidade do próprio homem.
Prossegue na direção espírita.
Há pranto em volta de ti e choras também. En­xuga, no entanto, as lágrimas alheias e as próprias lá­grimas usando o conhecimento espírita.
A lição espírita ensina o porquê da aflição e o como sofrê-la, oferecendo a luz do discernimento para agires com acerto e seguires com determinação.
Na diretriz espírita aprendes “que o egoísmo, o orgulho, a sensualidade são paixões que nos aproxi­mam da natureza animal, prendendo-nos à matéria; que o homem que, já neste mundo, se desliga da ma­téria, desprezando as futilidades mundanas e amando o próximo, se avizinha da natureza espiritual; que cada um deve tornar-se útil de acordo com as faculdades e os meios que Deus lhe pôs nas mãos para experimen­tá-lo; que o Forte e o Poderoso devem amparo e pro­teção ao Fraco, porqüanto transgride a lei de Deus aquele que abusa da força e do poder para oprimir o seu semelhante. Ensinam, finalmente, que, no mundo dos Espíritos nada podendo, estar oculto, o hipócrita será desmascarado e patenteadas todas as suas torpezas; que a presença inevitável, e de todos os instantes, daqueles para com quem houvemos procedido mal Constitui um dos castigos que nos estão reservados; que ao estado de inferioridade e superioridade dos Espíri­tos correspondem penas e gozos desconhecidos na Terra.
“Mas, ensinam também (os Espíritos) não haver faltas irremissíveis, que a expiação não possa apagar. Meio de conseguí-lo encontra o homem nas diferentes existências que lhe permitem avançar, conformemente aos seus desejos e esforços, na senda do progresso, para a perfeição, que é o seu destino final”; conforme defi­niu Allan Kardec sabiamente no seu resumo da Dou­trina Espírita. (*)
Avança, portanto, pautando a conduta na firmeza dos postulados abraçados, e se o caminho parecer áspe­ro, de difícil acesso, recorda Jesus na direção do Bem inominado sofrendo todas as ingentes manifestações da ignorância e da impiedade humanas sem desistir nem desanimar, para oferecer à posteridade o código de amor e justiça inserto no Evangelho como meio de har­monia perfeita para o espírito em evolução e que hoje reaparece ao teu entendimento na diretriz espírita por onde receias seguir.

(*) O Livro dos Espíritos — Introdução 29ª Edição — FEB. (Nota da Autora espiritual).

Do livro Espírito e Vida
Divaldo Pereira Franco
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis

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